Proliferação de MBAs pede atenção na escolha do curso
Notícia de 04/07/2011
Jornal Valor Econômico
Por: Rosangela Capozoli
Busca por conhecimento, fortalecer o networking para trocas de experiências sobre negócios e trabalho e, obviamente, melhorar a perspectiva profissional e o progresso salarial são os principais motivos que levam executivos brasileiros à realização de cursos especializados, principalmente os programas de pós-graduação, como Master in Business Administration (MBA), de acordo com pesquisas da Associação Nacional de MBA (Anamba). “O MBA é uma peça fundamental para quem quer adotar as melhores práticas de gestão de pessoas e de negócios dentro de uma corporação”, diz Armando Dal Colletto, diretor-executivo da entidade.
Dados da Anamba mostram que já existem no país mais de 9 mil diferentes cursos “vendidos” com a sigla MBA. No entanto, somente 17 são credenciados pela entidade, em apenas sete escolas.
Os cursos mais procurados são de gestão empresarial, executivo internacional, finanças e marketing. Para quem está disposto a pagar de R$ 12 mil a R$ 60 mil por cursos de 360 a 645 horas – sem incluir o módulo internacional – ainda deve considerar que no Brasil não há um controle sobre a qualidade dos MBAs. “O que se tem hoje é uma oferta indiscriminada de cursos com padrões muito diferentes de qualidade, e isso faz com que alguns não tenham o devido resultado com a formação desses profissionais. Nossa carga horária é de 500 horas, obedecendo ao padrão internacional. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) exige 360 horas”, afirma Maurício Jucá de Queiroz, diretor acadêmico da Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo e diretor da Anamba.
“Os programas da Anamba são consistentes com os padrões internacionais para MBA. A esmagadora maioria desses programas oferecidos no Brasil hoje não seguem, mas usam o nome MBA indevidamente. E não são controlados pelo MEC”, informa Silvio Laban, coordenador dos cursos MBA Executivos do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Para Laban, o núcleo de um programa de MBA tem que ser gestão de negócios. “O profissional tem que sair capacitado para ser um gestor de negócios.”
Para quem opta por ir estudar no exterior, Roberto Ruas, coordenador do programa de MBA executivo internacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lembra que na Europa, EUA e México os MBAs têm outras características. “Os alunos, geralmente, têm menos de 30 anos e estudam em período integral, enquanto no Brasil os MBAs são ministrados nos finais de semana ou duas ou três vezes na semana”, explica. A UFRGS tem convênio com a HEC Paris (International Business School) e com a Business School – Escuela de Alta Dirección y Administración Espanha (EADA), em Barcelona. “O que temos é um convênio de intercâmbio com professores e nossos alunos também frequentam essas escolas por cerca de 15 dias, tendo aulas e visitas técnicas”, diz. O MBA executivo internacional da universidade custa R$ 46 mil, com 510 horas.
O Insper ministra três programas, que são o MBA executivo, executivo em finanças e executivo em gestão de saúde. A carga horária oscila entre 600 e 642 horas, com duração de dois anos, e os preços variam de R$ 36 mil a R$ 56 mil.
